quinta-feira, 02 de maio de 2024

Rubéola Congênita

É uma doença infecciosa aguda leve causada por um vírus do gênero rubivírus, da família Togaviridae   e, via de regra, com bom prognóstico na forma adquirida. A importância está ligada à sua capacidade de produzir doença congênita crônica, com graves malformações, em recém-nascidos de mães que contraem a doença durante a gestação, especialmente no 1º trimestre.

Sua transmissão ocorre através do contato com pessoas infectadas, sendo o período de máxima contagiosidade alguns dias antes e durante o aparecimento dos primeiros sintomas. O primeiro sintoma, em crianças, costuma ser as lesões de pele (exantema), mas, em adultos jovens, pode haver sintomas inespecíficos que precedem a erupção cutânea de alguns dias, como febre, anorexia, dor de garganta, tosse discreta, conjuntivite e dor de cabeça. Ínguas atrás das orelhas e atrás da cabeça também podem ocorrer. O exantema aparece primeiro na face e rapidamente espalha-se pelo corpo no final do primeiro dia, surgindo sob forma de manchas ou "bolinhas", róseas, discretas e não confluentes, que desaparecem em até três dias. Em 50% dos casos, a infecção ocorre sem a presença dos sintomas.

Acredita-se que 70 a 80% das mulheres em idade fértil sejam imunes à rubéola. Contudo, 20 a 30% das mulheres que podem engravidar são suscetíveis à doença e devem ser vacinadas até 90 dias antes da concepção, devendo evitar a gravidez no prazo mínimo de três meses após terem recebido a vacina.

A rubéola congênita ocorre apenas quando as mulheres apresentam a infecção ativa durante a gestação. A síndrome completa da rubéola é mais provável quando a infecção materna ocorre nos primeiros dois meses de gestação. Com menos de 12 semanas de gravidez, por volta de 80% dos fetos são afetados e entre 12 e 16 semanas, metade dos expostos serão afetados. Anormalidades congênitas e retardo de crescimento são raras após 16 semanas de gestação.

A síndrome composta por diversas anormalidades congênitas inclui defeitos cardíacos, microftalmia, surdez, retardo mental e catarata. Muitas crianças afetadas podem apresentar retardo de crescimento, além de outros problemas, tais como: encefalite, microcefalia, sinais de meningomielocele, alterações nos pulmões, fígado e ossos, e diminuição das plaquetas (trombocitopenia).

Não existe tratamento específico para a rubéola, apenas medidas de suporte e combate dos sintomas. Atenção especial deve ser dada à prevenção através da vacinação pelo menos 3 meses antes da gestação. Embora nenhum defeito congênito tenha sido relatado em mulheres que fizeram a vacina durante a gestação, não é aconselhável a vacinação durante a gravidez, devido aos riscos teóricos por tratar-se de vírus atenuados.

Mães infectadas pela rubéola podem amamentar normalmente, não sendo necessário o isolamento mãe e filho, porém devem ser afastados dos demais. Entretanto, a exposição ao vírus da rubéola antes dos 15 meses de idade, através da passagem do vírus vivo pelo leite materno ou através da vacina, pode prejudicar a resposta de defesa contra a infecção quando da realização da vacina proposta para aquela idade, embora ainda não se tenha comprovação de uma maior predisposição à infecção posteriormente. A vacina antes dos 15 meses só é recomendada em situações especiais.

A vacina contra a rubéola contém vírus vivo atenuado, o que significa que poderia haver risco, mesmo que pequeno, de infecção fetal após a vacinação materna. Com a vacinação ocorre viremia, porém de menor duração que a provocada pela infecção natural. Embora o vírus não seja detectável na maioria dos casos, ele pode atravessar a barreira placentária e entrar em contato com o feto, em aproximadamente 5% dos casos.
Devido ao fato do vírus selvagem da rubéola ser altamente teratogênico no início da gestação, a vacina, que é composta pelo vírus vivo atenuado, não é recomendada durante a gestação e aconselha-se às mulheres que receberam a vacina evitar a concepção até um mês após a vacinação.